03 setembro 2007

Respinga
O resmungo
Da voz que não cansa
De respirar

Respinga
E quase molha
Um corpo que almeja
O desejo de transpirar

Resmunga
Desdenha
Desenha
O chão que sustenta
E suspende meu corpo
No ar

Explica
Suscita
Me excita
E minta
Que o pavor da tua voz
É me ver, de vez,
Entrar

Murmura
Teu grito
Me cala com o açoite
Que é o silêncio
E resmunga
E respinga
A dor do teu corpo
Ao me entregar

Um comentário:

Carulina Perucci disse...

Belo atavio da ferida.
Eu te convidei para uma turma de escritores, nao recebeu meu e-mail? Escreve-me logo, se te interessa algo assim.
Beijo e saudade