“Procelária”
Sophia de Mello Breyner- 1967
É vista quando há vento e grande vaga
Ela faz o ninho no rolar da fúria
E voa firme e certa como bala
As suas asas empresta à tempestade
Quando os leões do mar rugem nas grutas
Sobre os abismos passa e vai em frente
Ela não busca a rocha, o cabo, o cais
Mas faz da insegurança sua força
E do risco de morrer, seu alimento
Por isso me parece imagem justa
Para quem vive e canta no mau tempo