29 janeiro 2007

Se você vier
Pro que der e vier comigo
Eu te prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva
Se a chuva cair
Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar
Nesse dia branco
Se branco ele for
Esse tanto esse canto de amor
Se você quiser e vier
Pro que der e vier comigo
Comigo
Comigo

Dia Branco
Geraldo Azevedo e Renato Rocha

23 janeiro 2007

Assisti “O Céu de Suely”, hoje.
Essencial, segundo algum crítico.
No final do filme, concordei.
Talvez seja o céu o nosso único chão.

18 janeiro 2007

Um passo para fora e a visão do absurdo
Sempre na corda-bamba, sempre
A busca pelo estável
- nada além que a inércia
“Isso eu já tenho”
Medo, medo
Do aniquilamento ou do não-ser?
Eu saio e vibro
Uma vibração trêmula,
o medo e a excitação
Não, não quero ir, eu já disse
Prefiro definhar afogada no que eu só sou
um corpo quente e vulnerável
- tenho febre e ânsia
Saia daqui!, por favor
(mas fique, eu imploro)

fecho a porta e as janelas
apago as luzes
e ainda consigo ver

o escuro

16 janeiro 2007

Me dê um beijo, meu amor
Só eu vejo o mundo com meus olhos
Me dê um beijo, meu amor
Hoje eu tenho cem anos, hoje eu tenho cem anos
E meu coração bate como um pandeiro num samba dobrado
Vou pisando asfalto entre os automóveis
Mesmo o mais sozinho nunca fica só
Sempre haverá um idiota ao redor
Me dê um beijo, meu amor
Os sinais estão fechados
E trago no bolso uns trocados pro café
E o futuro se anuncia num out-door luminoso
Luminoso o futuro se anuncia num out-door
Há tantos reclamos pelo céu
Quase tanto quanto nuvens
Um homem grave vende risos
A voz da noite se insinua
E aquele filme não sai da minha cabeça
E aquele filme não sai da minha cabeça
Rumino versos de um velho bardo
Parece fome o que eu sinto
Eu sinto como se eu seguisse os meus sapatos por aí
Eu sinto como se eu seguisse os meus sapatos por aí
Há alguns dias atrás vendi minha alma a um velho apache
Não é que eu ache que o mundo tenha salvação
Mas como diria o intrépido cowboy, fitando o bandido indócil
A alma é o segredo, a alma é o segredo
A alma é o segredo do negócio


Balada do Asfalto

Zeca Baleiro



10 janeiro 2007

E UM CORAÇÃO PARADO NÃO FABRICA POESIAS