30 agosto 2007


“Procelária”

Sophia de Mello Breyner- 1967


É vista quando há vento e grande vaga

Ela faz o ninho no rolar da fúria

E voa firme e certa como bala


As suas asas empresta à tempestade

Quando os leões do mar rugem nas grutas

Sobre os abismos passa e vai em frente


Ela não busca a rocha, o cabo, o cais

Mas faz da insegurança sua força

E do risco de morrer, seu alimento


Por isso me parece imagem justa

Para quem vive e canta no mau tempo

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