17 julho 2006

Como de costume, habitar outros mundos era pelo que ela ansiava e esperava por uma mão para guiá-la por aí... Ela imaginava como seria quando encontrasse aquele lugar, aquele cheiro, aquele sabor. Ela conseguia imaginar como seria, ela sabia sonhar. "Somos sempre tentados a limitarmo-nos a sonhar", ele disse. Ela achou bonito (ela, ao lado dele, conseguia ver a beleza das coisas)...
Ela estava animada, um ânimo diferente de quando deitava a cabeça no travesseiro e vivia o mundo que ela mesmo criava. Quando olhou-se no espelho, sentiu uma familiaridade com aquilo que viu, sentiu que aquele era o seu lugar. O seu corpo era o mundo que podia habitar, e só. Aquele corpo era o seu lugar no mundo.
A mão que poderia guiá-la era a dela: ela poderia tocar as coisas, alcançá-las, sentir suas formas e temperatura. Suas mãos poderiam criar, ferir, acarinhar, destruir. Ela via e sentia com as mãos: elas tinham olhos, tato, línguas, audição; elas farejavam para saber onde se segurar e do que fugir; apontavam para seus pés, mostrando que eles poderiam levá-la para além-mundo.
Andando, ela passou a tatear para encontrar mãos que não a guiassem, mas que provocassem seu encontro com o mundo- que era esse, só.

5 comentários:

Danilo SG disse...
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Danilo SG disse...

Viver não seria fugir dessa tentação-limite?

Marina disse...

fugir dessa tentação-limite? ou vivê-la?

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Anônimo disse...

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